Ao longo de sua existência, o NAU abarcou múltiplos grupos de estudos, pesquisando temas diversos. Apesar de não se reunirem mais, preservamos aqui um pouco de suas histórias.
Grupo De Estudos Da Religião Na Metrópole (GERM):
Reuniu alunos e pesquisadores que integram a linha de pesquisa Religiosidades Urbanas. Abarcando o campo religioso por meio de recortes empíricos diversos (evangélicos, espiritismo, catolicismo, judaísmo, seicho-no-iê, hare krishna, santo daime, etc.), esse grupo se articula a partir de discussões de textos de autores “clássicos” e contemporâneos visando aprofundar o entendimento do fenômeno da religião enquanto categoria sociológica e prática social. A realização de seminários temáticos e exercícios coletivos de campo complementam as atividades do grupo.
O GERM iniciou suas atividades no ano de 2008, coordenado pela Profa Dra Sandra Jacqueline Stoll da UFPR, sendo os primeiros integrantes alunos de graduação: Jacqueline Moraes Teixeira e Marina Cerchiaro; alunos de mestrado: Pierina Soratto e Carlos Gutierrez, e César Augusto Assis Silva, como aluno de doutorado. O grupo conta com estudantes de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado da USP e pesquisadores de outras universidades, que compartilham a religiosidade como temática de pesquisa. A relação entre religião e cidade condiciona todos os recortes empíricos de pesquisa do grupo, porém, em apenas alguns deles, essa temática emerge como objeto de discussão.
Coordenadores: Prof. Dr. Marcelo Natividade (Antropologia/USP), Rosenilton da Silva de Oliveira (Doutorando - PPGAS/USP)
Integrantes: Profa. Dra. Sandra Jacqueline Stoll (UFPR), Profa. Dra. Edlaine Campos Gomes (UniRio), Cleto Abreu (Mestre – PPGS/USP), Denise Morais Pimenta (Doutoranda – PPGAS/USP), Helena Morais Manfrinato (Mestranda PPGAS/USP), João Enicélio da Silva (Mestrando – PPCR/Mackenzie), Lucas Lopes de Morais (Mestrando – PPGAS/USP), Marielli Bimbatti Mazochi (Mestranda – PPGAS/USP), Silas Fiorotti (Doutorando – PPGAS/USP).
NAU Migração
O grupo iniciou suas atividades no final de 2009 e agregou pesquisadores da graduação à pós-graduação (mestrado e doutorado). O tema de pesquisa inicial envolvia aspectos relativos aos descendentes de imigrantes japoneses vindos ao Brasil – nikkeis – e ao movimento dekassegui – nikkeis de até terceira geração (sanseis) ou cônjuges de nikkeis sanseis que emigram rumo ao Japão para trabalhar, principalmente, no setor secundário da escala produtiva.
Contudo, ao longo de 2010, o grupo agregou outros pesquisadores cujos trabalhos ampliaram o leque temático: ao invés de ser um grupo focado no tema nikkei/dekassegui, ao longo daquele ano, o grupo discutiu temas referentes às migrações contemporâneas na cidade de São Paulo. Pesquisas como os dos chineses que vendem seus produtos na Rua 25 de Março ou os bolivianos que trabalham em tecelagens forneceram novas abordagens e perspectivas acerca do fenômeno migratório, fortalecendo o debate teórico do grupo.
Durante o primeiro semestre de 2011, o NAU Migração deu mais passo e realizou pesquisa encomendada pelo Instituto da Arte do Futebol Brasileiro, que, na época, estava na gestão de transição do Museu da Imigração. O Museu da Imigração (antigo Memorial do Imigrante, situado no bairro da Móoca/Brás) passava por uma reforma estrutural para modernizar a disposição do acervo a fim de transformar o conteúdo programático em algo mais atraente para o público. Nos moldes do Museu do Futebol e do Museu da Língua Portuguesa, o Museu da Imigração sofreria transformações profundas, tanto na parte expositiva quanto em sua interação com o público. As migrações contemporâneas, por exemplo, receberiam espaço nas exposições, algo que não havia na antiga disposição.
Tendo em vista a nova abordagem, o grupo foi contratado para etnografar e mapear diversas áreas que circundam o museu. A ideia era apreender o que os moradores, trabalhadores, estudantes e transeuntes locais sentiam em relação ao equipamento e qual o seu envolvimento, se é que havia algum. Através da etnografia foi possível coletar diversas propostas dos agentes locais e descobrir um “universo” naquela região: o bairro da Móoca/Brás agrega diversos perfis sociais; inclusive étnicos, devido a forte presença de bolivianos, coreanos e angolanos.
A perspectiva do grupo foi de ampliar cada vez mais os horizontes das pesquisas a fim de obter maior compreensão do fenômeno migratório na metrópole, não se restringindo ao tema nikkei/dekassegui, embora eles sejam objeto dos pesquisadores ativos no grupo. Ao longo dos anos, o grupo recebeu a visita de diversos pesquisadores de universidades estrangeiras e de outros estados brasileiros, fortalecendo os elos entre os pesquisadores.
Coordenador: Alvaro Katsuaki Kanasiro
Integrantes: Gustavo Takeshy Taniguti, Karina Satomi Matsumoto, Samara Konno, Thiago Haruo Santos.
Grupo de Etnologia Urbana (GEU)
O Grupo de Etnologia Urbana (GEU) do NAU, com base em dados recentes que apontam para uma significativa presença indígena nas cidades, propôs-se considerar os desdobramentos dessa realidade com base numa estratégia teórico-metodológica que articule as contribuições tanto da Etnologia como da Antropologia Urbana. A perspectiva disciplinar convencional analisa esse fenômeno sob o ângulo da desintegração de modos de vida tradicionais ou o dissolve na vala comum da marginalidade e periferização urbanas. Uma questão mais de fundo e atual, porém, se coloca: a relação entre cosmologias e formas políticas ameríndias e o contexto urbano. Pesquisas desenvolvidas pelo NAU evidenciam que os atores sociais têm agência, modificam o ambiente urbano, constroem novos espaços e equipamentos de sociabilidade e assim incidem significativamente em sua dinâmica e morfologia. A Amazônia, cujo passado de ocupação humana e de deslocamentos populacionais, de longa duração e extenso alcance, vem sendo enfocado e revisto por pesquisas históricas e arqueológicas, abre um campo em que a Antropologia Urbana pode, em diálogo não só com a Etnologia mas também com a História e a Arqueologia, contribuir por meio de etnografias dos espaços e redes de socialidade da população indígena em suas cidades. A partir de pesquisas dos seus lugares de culto e rituais, moradia, trabalho, lazer e associações – pontos de convergência de trajetos e circuitos que atravessam a clássica polaridade aldeia versus cidade – pode-se avançar não só no conhecimento de sua peculiar inserção na dinâmica urbana como também na compreensão do próprio fenômeno urbano contemporâneo.
Coordenador: José Agnello Alves Dias de Andrade (Doutorando - PPGAS/USP)
Integrantes: Ana Luísa Sertã (Mestranda - PPGAS/USP), Ana Letícia de Fiori (Doutoranda - PPGAS/USP), Flávia Fernandes Belletati (Graduanda em Ciências Sociais - FFLCH/USP), Rodrigo Valentim Chiquetto (Mestrando - PPGAS/USP), Tiemi Kayamori Lobato da Costa (Mestranda - PPGAS/UFPR), Yuri Bassichetto Tambucci (Mestrando - PPGAS/USP).