COLEÇÃO ANTROPOLOGIA HOJE
Conselho Editorial:
José Guilherme Cantor Magnani (diretor) – NAU/USP
Luiz Henrique de Toledo – UFSCar
Renata Menezes – MN/UFRJ
Ronaldo de Almeida – Cebrap/Unicamp
Luis Felipe Kojima Hirano (Coordenador) – NAU/USP
A coleção Antropologia Hoje é uma iniciativa resultante do entendimento entre o Núcleo de Antropologia Urbana da Universidade de São Paulo (NAU-USP) e a Editora Terceiro Nome, com o propósito de divulgar ensaios, resultados de pesquisas, etnografias e propostas teórico-metodológicas da antropologia voltados para a dinâmica cultural e processos sociais contemporâneos.
Os títulos da coleção constituem a mostra da atual produção na área da antropologia, com resultados tanto da reflexão de pesquisadores já com experiência de pesquisa como de jovens autores recém-titulados na pós-graduação.
O objetivo, enfim, é oferecer ao público acadêmico trabalhos inovadores no que se refere aos temas, métodos de pesquisa ou enfoques interpretativos, sem perder de vista , contudo, um círculo diversificado de leitores, interessados em divisar horizontes mais amplos para o entendimento de questões contemporâneas.
Religiões e controvérsias públicas: experiências, práticas sociais e discursos
O que os estudos sobre religião, em suas distintas expressões e atravessamentos, ainda têm a dizer sobre a sociedade brasileira? Este livro apresenta olhares e perspectivas instigantes e qualificados, que apontam permanências, impactos e ressonâncias da religião no espaço público, caracterizando singularmente pela ideia fundante de diversidade. Trata-se de um convite à reflexão sobre questões em voga no debate contemporâneo sobre Religiões no Brasil.
Da Periferia ao Centro: trajetórias de pesquisa em antropologia urbana
A cidade contemporânea é o principal objeto de estudo deste livro que, sem se afastar das fontes teóricas legadas pelos antecessores, tece pontes entre diversas linhagens e revela os vínculos entre a formação clássica e nossos professores mais próximos.
Gente Livre: consideração e pessoa no Baixo Sul da Bahia
O ensaio de Gente livre surgiu do encontro do antropólogo português João de Pina-Cabral e da antropóloga brasileira Vanda Aparecida da Silva, em que o conhecimento consolidado que João tinha dos espaços e das pessoas combinou-se com a perspicácia etnográfica de Vanda e seu conhecimento profundo sobre a sociedade rural brasileira.
Imagem-violência: etnografia de um cinema provocador
Tendo como objeto de análise um conjunto de filmes lançados nos anos 1990, tais como Cães de aluguel e Pulp fiction, de Quentin Tarantino, Fargo, dos irmãos Coen, A estrada perdida, de David Lynch, Violência gratuita, de Michael Haneke e outros, Rose Satiko Gitirana Hikiji mostra neste livro como a violência não é apenas um tema da sociedade contemporânea que se reflete no cinema, mas também uma linguagem comum a ele, exposta na forma de suas imagens.
Religião no espaço público: atores e objetos
A presença da religião no espaço público, as relações entre religião e Estado e religião e modernidade são temas muito controversos das ciências sociais atualmente, sobretudo pelo caráter político da discussão e sua complexidade. Os artigos presentes no livro A religião no espaço público – atores e objetos levam ao conhecimento do público geral o resultado de um projeto de pesquisa desenvolvido desde 2010 por professores brasileiros e italianos do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFRS e do Departamento de Ciências da Educação da Universidade di Roma Ter.
Jogo, ritual e teatro : um estudo antropológico do Tribunal do Júri
Em “Jogo, ritual e teatro: um estudo antropológico do Tribunal do Júri”, a antropóloga Ana Lúcia Pastore Schritzmeyer demonstra a importância de um sistema de crenças para a compreensão e atualização de dinâmicas culturais que normalmente são opacas e se encontram dispersas no cotidiano. Daí serem os plenários do Júri palcos privilegiados para a percepção de condenações ou absolvições que transcendem acusados e dizem respeito a todos nós.
Fora de contexto: as ficções persuasivas da Antropologia
A obra analisa duas rupturas fundantes na história da disciplina – de Frazer a Malinowski e do modernismo aos pós-modernos. A partir delas, Marilyn Strathern discute o papel da escrita antropológica na construção dos contextos de sua autolegitimação. Trata-se de uma reflexão profunda, precedida por um prefácio original da autora, produzido especialmente para esta edição.
Ciências na vida: antropologia da ciência em perspectiva
Os artigos deste livro versam sobre tramas envolvendo médicos, geneticistas, criminólogos, psicólogos (e antropólogos) cujo trabalho mexe com nossas maneiras de conceber raça e gênero, doença e saúde e – até – o próprio ser humano. Ao escutar também os usuários das novas tecnologias – desde mulheres grávidas recorrendo ao ultrassom até presidiários sendo identificados por suas“impressões digitais genéticas” –, os autores procuram entender os meandros da produção dessas inovações e também os efeitos delas na vida real.
Cultura Surda: agentes religiosos e a construção de uma identidade
Os surdos constituem um grupo com cultura particular? O reconhecimento científico e jurídico da língua brasileira de sinais (libras) é argumento suficiente para a construção da cultura surda? As igrejas cristãs teriam algum papel na história da constituição da libras no Brasil? Com estas questões em mente, César Augusto Assis Silva insere o leitor num universo pouco conhecido: a comunidade de falantes de libras
. Por meio de vasta pesquisa de campo em diferentes instituições religiosas, análise da trajetória de determinados agentes, documentos e entrevistas, o autor explora as relações entre atividades missionárias cristãs, a consolidação de um movimento social surdo, a constituição de um mercado vinculado à libras e a construção de um campo acadêmico que confere legitimidade a essa língua.
Transnacionalização Religiosa – Fluxos e redes
Peregrinações, missões, migrações e deslocamentos humanos religiosos, bem como ideias, valores, imagens e crenças que pessoas carregam consigo em seus trajetos transnacionais são analisados pela complexa trama de cruzamentos e sobreposições, em que alianças, mas também conflitos, são estabelecidos. As análises incluem deslocamentos religiosos em fronteiras de países do Mercosul, passando por fronteiras entre Brasil e Suriname e entre Estados Unidos e México, além dos grandes fluxos continentais de caráter religioso entre América Latina, África e Europa.
Reminiscências dos Quilombos – territórios da memória em uma comunidade negra rural
Construindo a partir de pesquisas de campo e em arquivos históricos, este livro reconta a trajetória histórica e a formação territorial da comunidade negra rural de Cambará (localizada entre Cachoeira do Sul e Caçapava do Sul/RS), priorizando as narrativas, visões e experiências de homens e mulheres do local em distintos contextos. Apresentando os principais debates e polêmicas em torno das chamadas comunidades remanescentes de quilombos, o autor dá destaque aos meandros da luta por reconhecimento quilombola nessa comunidade.
Cultura, Percepção e Ambiente – Diálogos com Tim Ingold
O livro registra o diálogo de pesquisadores latino-americanos com Tim Ingold, importante pensador contemporâneo pelo caráter inovador e provocativo do seu questionamento radical da dicotomia natureza e cultura. Sua contribuição vem repercurtindo significativamente em outras áreas do conhecimento, como a antropologia, a educação, a biologia, a psicologia, a arquitetura, a geografia e a arqueologia, num diálogo profícuo entre ciências humanas e naturais. Inspirado pela fenomenologia de Merleau-Ponty e pela etnografia de povos caçadores e coletores do círculo polar ártico, Ingold afirma que o conhecimento depende fundamentalmente da imersão dos sujeitos na tessitura dos fenômenos do mundo.
A distribuição será gratuita e realizada para membros da Associação Brasileira de Antropologia.
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Antropologia da cidade – Lugares, situações, movimentos
Artigos, entrevistas e ensaios revelam os resultados de pesquisas etnográficas feitas em contextos urbanos tão diversos como acampamentos de refugiados de países que passam por guerras civis e periferias de cidades da África e da América Latina, entre as quais Salvador, na Bahia, onde o autor viveu por sete anos.
Junto e misturado – uma etnografia do PCC
O livro conduz o leitor por um universo pouco conhecido, controverso e impossível de ser ignorado: o do Primeiro Comando da Capital. Casada com um ex-detento, a autora sustenta sua narrativa hábil e de forte rigor científico por meio do relato de presos, da sua própria experiência entre os muros da prisão e dos instrumentos da etnografia.
Religiões e cidades – Rio de Janeiro e São Paulo
Templos, igrejas, catedrais, terreiros e centros de ajuda recebem milhões de fieis diariamente, convivendo em meio à loucura metropolitana das duas maiores cidades brasileiras. Este livro disseca a singular relação entre o sagrado e o urbano.
Visão de Jogo – antropologia das práticas esportivas
Estilos de jogar, escolhinhas de futebol, fluxo de jogadores para o exterior, torneios universitários e sociabilidade esportiva são alguns dos temas tratados nesse livro, com artigos de doze pesquisadores.
A Igreja Universal e seus demônios
Ronaldo Almeida nos traz informações e uma linha argumentativa para a discussão e entendimento de um fenômeno novo no campo religioso brasileiro: a expansão pentecostal.
Jovens na metrópole – etnografias de circuitos de lazer, encontro e sociabilidade
Os autores compõem detalhado panorama do comportamento e das práticas culturais em uma grande metrópole, destacando grupos como straight edges, góticos, pichadores e baladeiros, entre outros.
Outras publicações:
Festa na Cidade: o circuito bregueiro de Belém do Pará
De Antonio Maurício Dias da Costa
O livro focaliza as “festas de brega” de Belém do Pará em sua disposição pela cidade num circuito festivo. A crescente difusão das festas se explica pela expansão de um modelo festivo popular oriundo dos anos 1950. No interior do circuito bregueiro ocorre a movimentação do público cativo das festas, que se apresenta, segundo versões mais recentes, como ‘fãs-clubes de aparelhagem’, ou mais antigas, como freqüentadores dos ‘bailes da saudade”. O circuito também se expande para fora das suas fronteiras, alcançando as grandes festividades urbanas, como o Carnaval, o Círio de Nazaré e as Festas Juninas.
Mais recentemente, acentua-se uma tendência à adoção do brega e sua dinâmica festiva como “marca” cultural paraense, ao mesmo tempo em que a difusão da produção musical e da prática festiva alcança outras cidades e outros estados brasileiros.
Festa no pedaço – Cultura popular e lazer na cidade
De José Guilherme Magnani
Livro de referência para todos os que se interessam pelas questões do lazer, da sociabilidade e do tempo livre no contexto urbano. Uma das primeiras pesquisas de campo, de caráter etnográfico, realizada no Brasil sobre estes temas, Festa no Pedaço foi pioneiro não apenas pela temática escolhida, mas pelo enfoque adotado: nele, as atividades que preenchem o tempo livre e as diferentes formas de desfrutá-lo não são vistas como o avesso ou o contraponto do mundo do trabalho. Ao contrário: reconhecidas por seu próprio valor e significado, constituem ademais valiosas pistas para o entendimento da dinâmica cultural e dos valores sociais contemporâneos.
Na Metrópole – Textos de Antropologia Urbana
José Guilherme Cantor Magnani & Lilian De Lucca Torres (organizadores)
Uma coletânea de oito ensaios antropológicos sobre a cidade de São Paulo, reunindo autores que foram orientandos do professor José Guilherme Magnani. Fruto das atividades do Núcleo de Antropologia Urbana da USP, as pesquisas cobrem uma grande diversidade de temas, que se articulam em torno da questão do lazer e da religião enquanto modos de apropriação do espaço urbano e criação de formas de sociabilidade.
A Maior Zoeira Na Escola: Experiências juvenis nas periferias de São Paulo
De Alexandre Barbosa Pereira
Centésimo título da Editora Unifesp, “A Maior Zoeira” na Escola: Experiências Juvenis na Periferia de São Paulo discute como se estabelecem e funcionam as relações de jovens da periferia de São Paulo entre si e com outros atores sociais. Análise oriunda de pesquisa situada na interface entre antropologia, estudos culturais e educação, seu autor, o antropólogo, pesquisador e professor Alexandre Barbosa Pereira, busca compreender como as experiências juvenis modificam e são modificadas por outras experiências (escolares, territoriais, tecnológicas, de gênero, de classe social e de raça).
A mulher universal: Corpo gênero e pedagogia da prosperidade
De Jacqueline Moraes Teixeira
"A mulher universal é uma delicada pesquisa antropológica que parte da controvérsia sobre a posição de Edir Macedo em defesa do aborto como método contraceptivo, e termina por analisar como se combina esta postura com a Teologia da Prosperidade e com uma série de pedagogias que constituem o que é ser mulher, homem, e o casamento ideal. A pesquisa revela como a IURD baseia a conjugalidade na fé racional e no casal marcado por uma hierarquia e complementaridade entre homem e mulher. Analisando uma série de dispositivos pedagógicos, como jornais, programas de televisão, livros, blogues, redes sociais e aulas, a autora demonstra como a posição favorável ao aborto faz parte de um conjunto de prescrições que valoriza as famílias pequenas, promovendo certo cuidado de si." Heloisa Buarque de Almeida